CARTA AO MITOM!
Mas bah meu tio, um ano longe, que viagem longa, a saudade só aumenta.
Mas foi por causa desse tempo distante que resolvi lhe escrever essas carta e lhe falar das notícias e ocorridos deste tempo ausente.
Começo dizendo que realamente o pessoal esta com saudade, pois partir assim deixa uma lacuna muito grande, mas tudo bem, alguns dizem que a vida é assim mesmo de encontros e despedidas como já cantava Maria Rita.
A família vai bem, mas o pessoal de Dom Pedrito continua meio triste, sabe como é, um ano sem aparecer deixa a Vó e a Zazá sem aquele sorriso no rosto, mas as netas Marília e Iane, fazem com que tudo se renove. O pai continua trabalhando bastante e a Karine esta mais perto agora.
Neste ano completei meus 30 anos, uma boa festa, pena você não estar presente de corpo, mas tenho certeza que estava de alma e no coração, o Duda animou a festa, sabe aquela música que você gostava, 'Lencinho', pois ele e toda a gurizada cantou junto: 'aquele lencinho, que você deixou, era um pedacinho da saudade que ficou'.
Meu coração andou apertado, não só pela sua ausência, mas também por uma moça que não quis meu carinho, mas faz parte, aliás isso é como o time do Grêmio que também judiou dos corações tricolores este ano, mas o bom que cada ano começa nova temporada, pessoas vão embora e outras chegam e assim tudo se renova e a busca por novas vitórias já é realidade e fato. Ah, estou com sua bandeira do Grêmio espero que não se importe, esta sendo bem cuidada.
A gurizada tudo bem, os que ainda estão na faculdade, logo se formam, os que já trabalham, estão cada vez mais sólidos e competentes em suas profissões. A velha guarda continua se reunindo, para um trago, para um churrasco, claro que sempre contamos uma 'perdida' sua, só para descontrair e lembrar deste grande amigo.
O pessoal do snooker, pelo que sei continua a lembrar algumas façanhas suas, tanto no CUC quanto no CTG, por lá parece que o gosto da vodka com coca mudou um pouco, mas nada que altere o placar no quadro de giz.
Seus pacientes e o pessoal dos postos de saúde, ainda estão se acostumando com outros profissionais, vai demorar um pouco até todos se acostumarem com a ausência da sua alegria, ética e competência.
O Marcelo se formou agora a pouco, com grande mérito e competência, tchê Mitom, esse 'é o cara', grande futuro, grande pessoa, pena ser colorado, mas tudo bem.
A Rejane, bom a Rejane é um caso à parte, nesta sua ausência, passei para ela o papel de padrinho, ou melhor, madrinha, agora tenho duas, mas não é somente isso, a amizade que já era muito grande, agora esta enorme, somos cúmplices de uma saudade, somos confidentes aonde um conforta o outro, quando um fica mais triste pela sua ausência eis que surge o outro para reerguer, e assim caminhamos em frente. Mas tenho certeza, que assim como eu, ela tem uma bela 'carta' para você. mas claro, isso vai ficar apenas entre vocês dois.
Alias são várias cartas de diferentes remetentes, mas só com um destinatário em comum.
Mas buenas Mitom, comecei a escrever essa carta, na varanda, sentado na rede aqui 'fora', com um lindo pôr-do-sol, entre canto dos pássaros e o cheiro de campo. E assim depois de duas térmicas de mate, entre uma lágrima e outra, olho para o céu já estrelado e lua cheia de uma noite de verão e penso no poema de Olavo Bilac - Via Láctea que diz: - 'amai para entendê-las, pois só quem ama é capaz de ouvir e de entender estrelas'.
Saudades Mitom!
Com imenso carinho e afeto, do seu amigo e sobrinho .. Fábio Krause!
(texto publicado no jornal JC de Caçapava em homenagem a um ano de falecimento de Hamiltom D'avila Krause no dia 4/3/2010)
